China adia investigação sobre carne bovina e mantém setor em alerta

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A China adiou mais uma vez a conclusão de sua investigação sobre as importações de carne bovina, estendendo o prazo para 26 de janeiro de 2026. A decisão, anunciada pelo Ministério do Comércio chinês, mantém em alerta os exportadores globais, especialmente o Brasil, maior fornecedor de carne bovina para o mercado chinês. A investigação, que pode levar à implementação de medidas de salvaguarda, iniciou-se em dezembro de 2024 e já havia sido adiada anteriormente. A justificativa para a nova prorrogação é a complexidade do caso, o que aumenta a incerteza para os produtores e exportadores de carne bovina, que temem possíveis restrições comerciais por parte da China.

Impacto da Prorrogação no Mercado Global de Carne Bovina

Implicações para o Brasil

O Brasil, como principal exportador de carne bovina para a China, é particularmente sensível a essa indefinição. Em 2024, a China importou 2,87 milhões de toneladas de carne bovina. Entre janeiro e outubro de 2025, o volume acumulado atingiu 2,34 milhões de toneladas, um aumento de 3,6% em comparação com o ano anterior. A dependência do mercado chinês torna o setor brasileiro vulnerável a qualquer medida restritiva que possa ser implementada. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) aguarda o comunicado oficial da China para emitir um posicionamento formal sobre o assunto.

Repercussão no Tocantins

No estado do Tocantins, a preocupação é ainda maior, dado o peso significativo da China nas exportações estaduais. No primeiro trimestre de 2025, o mercado chinês absorveu 58% de toda a carne bovina exportada pelo estado, o equivalente a 26,5 milhões de quilos. O presidente da Novilho Precoce Tocantins, Fernando Penteado, expressou que o adiamento aumenta a tensão no setor, colocando o mercado em compasso de espera e gerando dúvidas sobre os resultados finais da investigação. A manutenção dos volumes de exportação para a China tem sido crucial para sustentar os preços em patamares razoáveis no mercado interno.

 

Expectativas para 2026

Com a nova prorrogação, analistas de mercado preveem que a pressão sobre os preços pode diminuir nas próximas semanas. No entanto, a atenção permanece focada nas definições previstas para o início de 2026, quando a China deverá concluir a investigação e anunciar se adotará medidas adicionais sobre a importação de carne bovina. A incerteza quanto ao resultado final da investigação exige cautela e planejamento estratégico por parte dos exportadores, que devem buscar diversificar seus mercados e fortalecer suas relações comerciais com outros países.

Possíveis Cenários e Estratégias

Diante da indefinição, os exportadores de carne bovina consideram algumas estratégias, como o fortalecimento das relações comerciais com outros países e a adaptação da produção para atender a diferentes mercados. A diversificação dos destinos de exportação pode reduzir a dependência do mercado chinês e mitigar os riscos associados a possíveis medidas restritivas.

 

Fonte: https://jornalprimeirapaginato.com

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