O cenário do transporte rodoviário brasileiro se vê em meio a uma controvérsia após o anúncio de uma mobilização nacional de caminhoneiros em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A convocação, feita por figuras como o desembargador aposentado Sebastião Coelho e Chicão Caminhoneiro, representante da questionada UBC (União Brasileira dos Caminhoneiros), deflagrou uma onda de reações por parte de importantes entidades do setor. A mobilização, divulgada em redes sociais, visa protestar contra a condenação e prisão de Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado. No entanto, federações e confederações de caminhoneiros se manifestaram enfaticamente contra a paralisação, levantando dúvidas sobre a legitimidade e representatividade da UBC e expressando preocupação com a politização da categoria.
Rejeição da Fetrabens à Paralisação
A Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo), uma das principais entidades representativas dos caminhoneiros, declarou que não está envolvida, não convoca e não apoia a paralisação anunciada. Em nota oficial, a federação reconheceu a possibilidade de manifestações individuais e espontâneas por parte de alguns transportadores autônomos, mas enfatizou que tais atos não possuem organização, apoio ou incentivo por parte da entidade.
Questionamento da Representatividade da UBC
A Fetrabens também questionou a legitimidade da UBC para falar em nome dos caminhoneiros brasileiros. Segundo a federação, a UBC não possui CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), representatividade formal nem integra o sistema sindical, o que a desqualificaria para representar a categoria em nível nacional.
Preocupação com a Estabilidade Nacional
A federação classificou como “preocupante” a tentativa de mobilizar a categoria com objetivos políticos e expressou repúdio a ações que possam colocar em risco a estabilidade nacional. A Fetrabens informou que adotará medidas policiais e judiciais caso a imagem da categoria seja prejudicada por conta da paralisação.
Posicionamento da CNTTL Contrário à Manipulação Política
A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) também se manifestou de forma semelhante, declarando que não compactua com movimentos de manipulação política. A confederação afirmou que nenhuma de suas filiadas participou de reuniões para organizar a paralisação de transportadores autônomos ou motoristas profissionais empregados.
Defesa do Diálogo Institucional
A CNTTL defendeu o diálogo institucional como meio para tratar questões importantes para a categoria, como aposentadoria especial, jornada de trabalho e piso mínimo de frete. A confederação enfatizou que não reconhece como legítimo qualquer material que a cite como apoiadora, participante ou incentivadora da paralisação.
Fonte: https://www.blogdobg.com.br